Durante a gestação, o corpo da mulher passa por mudanças dos primeiros dias até a hora do parto. Embora seja um momento único para cada uma, algumas reações são comuns. Entre elas, elevação dos níveis hormonais, ganho de peso corporal e piora de varizes, principalmente, a partir do sexto mês. Esta última diz respeito à saúde vascular, que está relacionada a outras doenças, como a trombose.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), 45% das mulheres têm varizes, veias mais calibrosas, alongadas, que ficam entre a gordura e o músculo. A genética é o fator que mais influencia no aparecimento delas, seguida pelo avanço da idade, obesidade e número de gestações anteriores.
O que ocorre com as futuras mães é que, somado à alteração hormonal, o peso do bebê na região da pelve, próximo ao abdômen, cria uma congestão venosa. “As pacientes tendem a sentir muita dor e edema (inchaço) à medida que o bebê cresce”, detalha a cirurgiã vascular Tatiana Losada (@dratatianalosada), especialista em tratamentos modernos de varizes.
Os sintomas podem vir acompanhados de dor, desconforto nas pernas, sensação de peso e cansaço, justamente porque o sangue não faz o caminho de volta. Ainda segundo a médica, vasinhos e varizes são mais recorrentes em pacientes que já têm histórico.
Nesses casos ou notando desenvolvimento considerável dos vasos dilatados, a gestante deve fazer acompanhamento com cirurgião vascular ou angiologista para esclarecer quaisquer dúvidas e amenizar o sofrimento.
Em tese, as varizes, por favorecerem a coagulação, podem virar trombose, mas isso não é regra. Os principais sintomas de trombo são inchaço e dor. Porém, Tatiana sinaliza que há, sim, casos silenciosos, quando o paciente é assintomático.
O profissional poderá, então, indicar o melhor tratamento, como o uso de meias elásticas para controlar a vasodilatação de pernas e pés. Não é aconselhável fazer uso de medicamentos nem partir para procedimentos cirúrgicos de alto risco para remoção dos vasinhos nessa fase. Principalmente, se o incômodo for só estético. Vale lembrar que muitos deles desaparecem espontaneamente em até seis meses após o parto.
O que fazer para melhorar a saúde vascular na gravidez
– Durante o repouso, mesmo sentada ou deitada, manter os membros elevados, com as pernas para cima.
– Evitar passar muito tempo em pé.
– Realizar drenagem linfática nas pernas, se liberada pelo ginecologista.
– Evitar o ganho de peso excessivo.
– Praticar atividade física conforme orientação de especialista.
Fonte: Tatiana Losada, cirurgiã vascular